Trajetória

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2015

2020

2022

2028

2030

Resumo do cenário

Neste cenário, a mobilização social consolida sua capacidade de interpelar sobre a democracia e começa paulatinamente a promover transformações de toda índole e de distintos alcances. Fatores como o avanço permanente da inovação científica, a expansão da era do conhecimento, o acesso mais amplo às novas tecnologias, a continuidade democrática na região, a capacidade de articulação da diversidade e a compreensão dos efeitos negativos das agendas globais e regionais, somados à aprendizagem gerada por conquistas alcançadas em estratégias de impacto que combinam tecnologia, uso do espaço público, incidência institucional, criatividade e presença em meios de comunicação inovadores impõem alguns limites aos abusos de poder público ou privado e geram uma prematura, porém concreta incidência em políticas públicas que garantem maior inclusão social. Dessa forma, a mobilização social deixa claro em múltiplos casos as limitações da democracia, da institucionalidade e dos alcances do estado nação. A comprovação de que as ações individuais e coletivas da sociedade, mais além da ação do Estado, geram mudanças sociais pontuais que, articuladas, podem se transformar em mudanças sistêmicas ou transformações de escala para solucionar problemas públicos específicos renova o modelo democrático tradicional ao combinar a lógica de representação política nas instituições com a lógica de legitimidade social na participação. Em particular, a organização de esquemas de cooperação horizontal com múltiplos atores conduz a um empoderamento social mais estendido e transparente. Ao longo de 15 anos são gerados benefícios concretos a partir das novas formas de participação que transcendem a órbita das instituições e as convocatórias organizadas pelos espaços tradicionais e, ao mesmo tempo, visibilizam-se os riscos de cooptação pelos poderes fáticos e reais e que a mesma tecnologia acabe limitando seu impacto. É o cenário da mobilização, da pressão e da criatividade popular frente ao poder tradicional.

Características

Estrutura de poder

O poder está desconcentrado e o poder tradicional é desafiado.

Instituições democráticas e cultura política

A frustração com a democracia tradicional gera um desafio permanente por meio do trabalho nas redes, da pressão popular e da adoção de novas tecnologias pelos cidadãos e movimentos sociais.

Participação cidadã

A mobilização social expande por novos mecanismos de colaboração horizontal e redes paralelas. O Estado está sob pressão. O voto é questionado como um meio efetivo de influência. O empoderamento social vai além dos esquemas tradicionais da democracia representativa à medida que os cidadãos apropriam-se das soluções.

Desenvolvimento econômico e inclusão social

Surgem modelos inovadores e inclusivos de desenvolvimento econômico local, que são menos dependentes do Estado.

Integração regional

Novas maneiras de troca regional e integração através de redes.

Desde 2015, multiplicam-se as vozes na região que denunciam os limites que se derivam da noção tradicional da institucionalidade democrática. Advertem que qualquer iniciativa de reforma em áreas como as de educação, saúde, meio ambiente, gestão pública ou inovação urbana, entre outras, tem enormes possibilidades de naufragar no debate público, manipulado pelos interesses particulares e pelos poderes fáticos, ou de que se dilua sua sustentabilidade no tempo ante a abundância de deliberações e controles que tiram efetividade das políticas públicas. As maiores expectativas de uma crescente classe média na região com maior poder aquisitivo e maior cultura cívica se traduzem em uma crescente impaciência ante a lentidão com a qual se acolhem as propostas de mudança e se brinda efetiva resposta às necessidades sociais. Muitos, além disso, assinalam a impossibilidade de identificar-se com os políticos e os partidos tradicionais, nem sequer onde os governos, recentemente eleitos, têm ainda um prestígio majoritário.

O que foi comentado anteriormente nos leva a um questionamento permanente e cada vez mais evidente a partir da sociedade civil latino-americana da legitimidade e da relevância do marco institucional atual, sobretudo considerando a crescente heterogeneidade de uma população que já não se sente representada por suas próprias instituições. Ao mesmo tempo, são milhares os cidadãos que se negam a ficar de braços cruzados, sem um papel ativo nas questões que mais os afetam. A democracia tradicional, em uma opinião cada vez mais comum, é incapaz de resolver os problemas estruturais do século XXI, como a mudança climática e o aumento da desigualdade. Como para muitos a democracia não funciona bem e não se empreendem os esforços necessários para reformá-la, a própria sociedade é que deve tomar consciência de sua efetiva capacidade para a transformação social.

As sementes da insatisfação e o compromisso público começam assim a germinar com maior força. Desde 2016, assume maior impulso o processo que se denomina como a Primavera Latino-Americana. Seus antecedentes imediatos são as manifestações massivas em países como a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala e México, em alguns casos para salvaguardar os direitos civis e políticos, em outros para exigir avanços nos direitos econômicos, sociais e culturais e em outros ainda para exigir condições mínimas de segurança, de justiça e do fim da impunidade. Entretanto, o que estala a partir de 2016 é de maiores proporções. Milhões de cidadãos, especialmente jovens, saem às ruas da maioria das cidades latino-americanas convocados em redes sociais com a intenção de estremecer os fundamentos do modelo econômico e político de cada país. Aflora a insatisfação generalizada pela falta de legitimidade das instituições políticas e judiciais e pelas deficiências e más práticas em matéria de gestão pública. Em alguns eventos prima o protesto cívico e em outros primam as condutas violentas de grupos radicais. Contudo, o impacto das manifestações faz com que o tradicional conceito de aquecimento global se estenda agora na América Latina para a ideia de aquecimento social. Em muitos casos, as ruas se enchem de reivindicações contra os relatos e discursos demagógicos, a cultura da confrontação e o círculo vicioso do clientelismo, a corrupção e a impunidade. São principalmente os jovens que se apropriam do mal-estar a partir da ausência de respostas a suas próprias expectativas de desenvolvimento.

A tensão política em nível doméstico e regional é inocultável, mas mesmo assim os resultados são insatisfatórios porque as reformas inspiradas nas marchas são insuficientes e não há uma verdadeira sacudida das instituições de poder vigentes. Não obstante, a Primavera Latino-Americana é o motor de início de uma década na qual predomina um maior empoderamento cidadão. O emblema predominante é o da necessidade de se estabelecer mecanismos para “organizar os desorganizados” e opor com maior vigor a influência negativa dos Estados cooptados por interesses minoritários e penetrados pela corrupção ou pelo crime organizado. Ante a ausência de um novo contrato social implícito que restabeleça as relações entre cidadãos e instituições, multiplicam-se as organizações da sociedade civil e os indivíduos cuja atividade pública se inscreve fora das margens da política oficial.

Sob a convicção aprendida de que os protestos de rua são um meio que causa muito barulho midiático, mas que têm efeitos efêmeros, múltiplos grupos da sociedade civil se integram e organizam em torno a experimentos recentes ou recorrentes de caráter agrário, político, empresarial, cultural, de vizinhos ou religioso, que em alguns casos buscam interpelar e questionar a ação do Estado e em outros pretendem substituí-la ou complementá-la através de soluções, principalmente em escala local, que transcendem em muitos casos as possibilidades institucionais. Muitos setores na região se tornam indiferentes ao debate político, às contendas eleitorais e às pessoas que chegam ao poder. De fato, contam com canais de participação e meios de influência muito mais diretos, imediatos e efetivos que o voto, e sua ação se produz independentemente da ideologia, bandeira política ou desempenho administrativo dos governantes atuais.

Com o respaldo de novas tecnologias de comunicação e de troca de conhecimentos, que não se limitam apenas à Internet, bem como de nodos sociais com uma atitude mais pragmática e menos ideologizada, surgem novos agentes de mudança encarnados em coalizões cívicas coesas em torno ao cumprimento de sonhos comuns e metas específicas que se somam aos já poderosos movimentos de base existentes para 2015. Trata-se de inovações que provêm da sociedade, não do Estado. Em torno de 2022, em imediações de um novo ciclo eleitoral, revela-se que aproximadamente um a cada três latino-americanos faz parte de uma dessas coalizões ou colabora ativa ou passivamente com seu trabalho, seguindo assim uma tendência mundial de ativismo que cresce ao longo do planeta e que postula sérios desafios ao poder tradicional. As pesquisas revelam que a inconformidade latino-americana não é com o sistema democrático em si, mas com os partidos que o representam e com o exercício da política que o desfigura e dissolve, enganando usualmente os cidadãos menos favorecidos e inscrevendo acordos obscuros entre os governantes atuais e muitos poderes fáticos.

Para muitos, as instituições nunca poderão estar à altura das expectativas mais sofisticadas da sociedade civil. Somente em alguns casos de países latino-americanos se registra uma sacudida institucional causada pela pressão popular, mas o que mais abunda são casos de reformas específicas geradas pela mobilização popular que em pouco contribuem para incrementar a satisfação dos cidadãos. Entretanto, persiste o cansaço pela ineficiência e pela corrupção. Ante a impossibilidade de uma mudança sistêmica em vários países da região, são os próprios cidadãos que assumem a responsabilidade de algumas causas específicas, sem depender necessariamente dos políticos eleitos nos comícios ou dos especialistas que influem na agenda pública.

A mobilização social a partir de suas diversas redes de trabalho demonstra ser um potente meio para transformar a indignação em ação, convocar mais pessoas e aportar maior dinamismo e inovação na resolução de problemas sociais. Na década de 2020, em vários países da região subsistem modelos replicáveis de experimentação democrática, sobretudo em nível local e regional e, às vezes, em nível nacional, em assuntos como a segurança alimentar, o desenvolvimento econômico local com novas formas de comercialização baseadas em modelos de economia sustentável e justa, as novas conquistas de direitos dos povos indígenas e a democratização dos meios de comunicação. Emergem também novos modelos de educação e novas formas de produção e disseminação do conhecimento, o que provoca uma transformação nas universidades e em muitos dos tradicionais centros de monopólio do saber. O ideal democrático regional é agora mais flexível e com um aspecto muito mais local, e muito mais pessoas aportam seu conhecimento e experiência em causas específicas de progresso social. Dessa forma, são reproduzidos os casos nos quais a sociedade civil se organiza para impulsionar projetos produtivos, ou para oferecer melhores condições de educação e saúde a populações vulneráveis, ou para renovar o entorno urbano, entre outros exemplos nos quais o Estado costuma se destacar por sua ausência, fragilidade ou obsolescência.

Em outros casos, a organização da sociedade civil permite exercer o direito de protesto de forma mais inteligente e contundente e empreender batalhas de inclusão social e oposição ao poder tradicional. Exige-se que a relação com as instituições públicas passe de unidirecional a bidirecional, porque os cidadãos contam agora com meios de participação mais imediatos que o voto. Em nível local, por exemplo, ganha maior força o modelo de orçamentos participativos e se impõem novas formas de fiscalização, nas que se exerce maior pressão para que os governantes assumam por completo a responsabilidade política pelo fornecimento e pela qualidade dos bens públicos que a comunidade precisa e demanda. Desse modo, os ativistas acodem a todos os meios possíveis dentro e fora da Internet, a todos os meios convencionais e alternativos a seu alcance, para gerar uma maior pressão pública e midiática aos poderes fáticos no setor público e nas empresas e garantir, consequentemente, o predomínio do interesse coletivo sobre o particular.

A região se converte assim em um interessante laboratório em nível mundial de mobilização pública e se multiplicam os exemplos que demonstram que a gestão pública em alguns casos pode sim ser moldada segundo as expectativas sociais. Tanto o Estado quanto as empresas são interpelados cada vez mais. São declaradas algumas batalhas contra as restrições à liberdade de expressão, canalizando informação independente e colocando um alto-falante de difusão internacional na boca de vozes opositoras. Outras se iniciam contra a corrupção, gerando melhores mecanismos de fiscalização e escrutínio público. Em países com um desvio autoritário mais marcado, a pressão popular recorre a todos os mecanismos a seu alcance para denunciar e neutralizar os abusos do poder. Inclusive nos regimes com maiores qualidades democráticas, a pressão popular consolida em muitos casos sua capacidade de impedir a materialização de ações de governo com as quais não está de acordo, ou de limitar ou vetar a influência de organizações como, por exemplo, as de lobby empresarial quando agem em benefício exclusivo de uns poucos. As alianças com múltiplos atores são agora mais comuns e não há mais remédio para as corporações que incluir em sua agenda as prioridades sociais, sobretudo em matéria ambiental. Para muitos, na América Latina da segunda década do século XXI, vive-se a democracia na pele, com uma apropriação coletiva de interesses comuns mais além do tradicional esquema representativo e com um monitoramento e controle da gestão de governos e empresas.

A lição primordial que desde então recebem os políticos e empresários é, para muitos, bastante clara: a voz dos cidadãos importa cada vez mais. Os cidadãos se organizam progressivamente para exigir não apenas mais desenvolvimento econômico, mas acima de tudo, maior desenvolvimento humano. É esse recente barômetro do bem-estar que pouco a pouco determina o sucesso ou o fracasso na gestão pública latino-americana. Em alguns casos, os governantes tomam conhecimento do fenômeno. Desse modo, a descentralização paulatina do poder, a responsabilidade coletiva em assuntos públicos, a inclusão e o pluralismo são fontes de inspiração cada vez mais reais e sem as quais é impossível a cabal compreensão da sociedade latino-americana no século XXI.

Não obstante, não passa muito tempo para que a mobilização pública comece a mostrar suas próprias limitações em vários países da região. Muitos reconhecem que os processos de ativismo social sofrem de altos e baixos frequentes. Os líderes sociais muitas vezes caem sob a mira de grupos paramilitares ou das próprias forças militares de alguns países com uma maior propensão à repressão da sociedade civil. Em alguns casos, surgem líderes influentes que encarnam as reivindicações de grupos sociais, ao estilo do que ocorreu em anos anteriores em certos países europeus. Alguns deles formam partidos políticos e participam em eleições, em vários casos apelando a premissas de caráter populista, mas, ao chegar ao poder, adotam os mesmos hábitos e condutas dos políticos tradicionais ou enfrentam os mesmos obstáculos de seus antecessores, o que gera novas frustrações e questionamentos desde alguns setores por ter sucumbido à tentação da “institucionalização”.

Principalmente, evidenciam-se cada vez mais os limites de se trabalhar com uma estratégia que em muitos países da região se traça em confrontação direta com o Estado. Os membros das redes se dão conta de que com os frutos de seus esforços ganharam batalhas significativas, mas restam muitos retrocessos para remediar. Um balanço estatístico em meados da década de 2020 demonstra, ademais, que o ativismo social foi mais efetivo na hora de assediar, postergar e diluir as ações estatais que no momento de assumir um compromisso de longo alcance com os problemas mais graves da região. Em vários casos, conclui-se que a capacidade de encurralar a ação política ocorre em detrimento do próprio interesse cidadão. Muitos aprendem que é mais fácil ser um meio de oposição que uma plataforma com programas definidos, especialmente quando se leva em conta que boa parte dos cidadãos proativos se mobiliza mais por questões muito delimitadas que os afetam de forma direta e particular, que por uma visão geral de sociedade e de futuro.

Desde o começo de 2020, aproximadamente, os latino-americanos são testemunhas de como certas organizações de ativismo inspiram alguns grupos com expectativas e valores nem sempre democráticos. São, às vezes, o combustível de partidos extremistas e de ideias populistas, xenófobas ou próprias do fundamentalismo religioso, entre outros paradigmas cujo apogeu relativo lamentam os ativistas de boas intenções. No debate público, aumenta a agressividade e polarização, porque muitas redes de ativistas se convertem principalmente em uma catarse para os sentimentos de ira e frustração e para a simplificação de questões públicas, cuja análise requer um maior grau de complexidade e de matizes. São reproduzidas com inusitada frequência as ideias nocivas, as mensagens dos falsos especialistas e os delírios de líderes populistas, que prometem soluções irrealizáveis e atiçam o ódio na menor oportunidade. Para muitos, o resultado do anterior é, essencialmente, o da trivialização da política, o que implica que no final não haja um impacto tangível na renovação democrática ou nas melhores condições institucionais em muitos países da região.

De fato, muitos analistas desses novos fenômenos que ganham cada vez mais força na década de 2020 advertem que as forças sociais, quando agem em aberta oposição ao Estado, contribuem em muitos casos para fragmentar o poder, o que impede chegar-se a consensos mínimos que são, para uma grande maioria, a única via possível para reformar as instituições e garantir índices crescentes de bem-estar e progresso. Dessa forma, gera-se um círculo vicioso de desconfiança mútua e interferência na gestão, ou inclusive de paralisia, que afeta em muitos casos os habitantes mais pobres da região. Uma má concepção do ativismo demonstra em alguns exemplos em países da região ser um aliado da disfuncionalidade administrativa e do estancamento no processo de resolução dos problemas mais graves.

Apesar do mencionado anteriormente, o empoderamento social na América Latina continua sua marcha, e seu papel continua sendo crucial na hora de preservar o funcionamento democrático. Ao chegar o ciclo eleitoral de 2026, vários líderes e porta-vozes reconhecidos na região sustentam que, apesar da relevância da tarefa cumprida até o momento, as inovações participativas não podem por si próprias oferecer soluções permanentes a problemas estruturais e que, portanto, jamais poderão substituir o Estado. Por sua vez, assinalam que o que se pode conseguir é uma redistribuição do poder e uma alternativa de pressão com a capacidade de reforçar a ação das instituições públicas, de desdobrar reformas estruturais dos partidos políticos e de consolidar o exercício democrático dos países na região, mesmo com os naturais riscos de cooptação por parte do Estado. Concluem, portanto, que a pressão social é cada vez mais influente para os que insistem em fechar as portas do poder político para a grande massa de cidadãos da região. Nos últimos estertores da década se empreendem por fim, e com graus variáveis de sucesso, algumas reformas ao longo do continente para ampliar formalmente a participação social, distanciar os vínculos entre o poder político e o poder econômico e reforçar os governos locais a partir de uma perspectiva na qual primam a visão e o interesse social.

É em nível local, precisamente, que se encontram mais exemplos de trabalho conjunto para diminuir distâncias entre cidadãos e Estado, o que alguns denominam como “Estado-rede”. Casos como os de artistas que redesenham fachadas e bairros em degradação com o respaldo do governo local, ou de ativistas que conseguem erradicar a crueldade animal por meio de alianças e de manifestações com eco na opinião pública, ou os jovens que organizam eventos culturais contra a violência ou o machismo com o respaldo estatal, ou os de jornalistas que fundam novos meios comunitários com financiamento estatal parcial, mas com estritas condições de independência, ou populações locais que trabalham na interação público privada para a inclusão plena dos grupos menos favorecidos, ou alianças estratégicas entre Estado e sociedade para garantir um marco jurídico estável com foco na sustentabilidade produtiva, ética, ambiental e social e com exigências específicas de segurança alimentar, energética e ambiental são referenciais latino-americanos de inovação cívica e dinamismo que se estudam e emulam em outras cidades do mundo. Também se acumulam experiências falidas e eventos de ruptura entre Estado e sociedade que operam igualmente como referenciais da complexidade resultante de se passar de boas intenções a resultados sustentáveis.

Por isso, o potencial da pressão popular a partir de 2030 se explica especialmente na criação de alianças e círculos virtuosos para o desenvolvimento de uma cultura de participação social estável que diminua as brechas entre uma sociedade civil dinâmica e sofisticada, uma versão 3.0, e um Estado submerso na letargia de uma versão 1.0. Muitos analistas desses fenômenos concluem em 2030 que a mútua colaboração e o permanente intercâmbio de ideias são o único caminho para se conquistar uma democracia verdadeiramente inclusiva e não uma sociedade meramente declamativa. Próximo a uma nova década, os latino-americanos entendem que a condição para assumir e exercer o poder necessário para superar os males endêmicos da região é a confiança recíproca, entre eles mesmos e com seus representantes no Estado, especialmente em momentos nos quais as ameaças da desigualdade, as crises econômicas e a degradação ambiental estão mais vivas que nunca.

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